quarta-feira, 12 de novembro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

7º Esconderijo - Patrick Wolf - Wind In The Wires


Patrick Wolf é um rapaz de 25 anos nascido em Londres, tendo já gravado 3 discos. O último, The Magic Position... não vamos falar dele apesar de também ser muito bom. Pessoalmente, considero "Wind In The Wires" a sua obra-prima.

Patrick Wolf é um verdadeiro homem dos sete instrumentos, mas é com o violino que demonstra todo o seu virtuosismo. Lembra-me Matt Bellamy (Muse) com o violino ao ombro. Mas enquanto a escrita de Matt centra-se nos problemas globais, no apocalipse e no armagedão, a escrita de Wolf fala dos problemas e fantasmas interiores.

E é sobre fantasmas interiores que fala este "Wind In The Wires" lançado em 2004. É um álbum incrivelmente denso, difícil de ouvir do ponto de vista que tem pormenores e arranjos que numa primeira audição passam despercebidos. É um "Alice no País das Maravilhas" passado num mundo alternativo, onde reinam as cores escuras como o negro, castanho, cinzento e o papel de Wolf é o da côr branca, o de farol, o da pessoa que mostra que vive com esses fantasmas. E eu fazendo o papel do gato nesse conto, escrevo uma mentira: "O álbum é péssimo"

Quem gosta de Andrew Bird, Devendra Banhart, Divine Comedy (que saudades destes), PJ Harvey e Nick Cave vai adorar.



Uma das músicas da minha vida "The Libertine"




A música que deu nome ao álbum "Wind In The Wires"





A ouvir do disco: "The Libertine", "Wind In The Wires", The Railway House" e "Teignmouth"

Género: Indie


Myspace

domingo, 12 de outubro de 2008

6º Esconderijo - Oasis - Dig Out Your Soul


Sim... são os mal-amados Oasis, que em Portugal são tão criticados. Não posso dizer que seja injustamente. Depois de dois álbuns fenomenais, Definitely Maybe de 1994 e (What's The Story) Morning Glory de 1995 a carreira desta mancunian band tem vindo a decrescer, mantendo apenas aquela base fiel de fãs de vários milhões, na qual eu me incluo.

E porque considero um "esconderijo" um disco de uma banda tão famosa? Simplesmente porque foram unanimemente considerados a melhor banda do mundo entre 94 e 97... E porque hoje em dia, por culpa de discos como Standing On The Shoulder of Giants e Heathen Chemistry, a discografia mais recente passa ao lado do grande público.

Passando ao mais recente Dig Out Your Soul... É na minha opinião o melhor disco dos Oasis... Apenas perde para o Definitely Maybe em misticismo e em lenda, mas isso pode ser apenas uma questão de tempo. Nunca se sabe.

Os Oasis neste disco são Old Rock (Bag It Up), Rock'n'Roll (The Turning), Britpop (The Shock of The Lightning), Lennonesque (I'm Outta Time), Psicadélicos (Falling Down), Mccartneyesque (To Be Where There's Life), Punk (Ain't Got Nothing)...

Peço desculpa pelas expressões referentes aos Beatles mas desconheço melhores palavras...

Este disco é um resumo da música rock desde os anos 60... Revejo Beatles, Doors, Rolling Stones, T-Rex, Sex Pistols e Kinks.

A voz de Liam Gallagher está óptima, espermos que ao vivo se mantenha.

As letras de Noel Gallagher voltaram melhores que nunca... estava farto das músicas dele sobre a vida em Londres e sobre Lyla's e isso.

Gem Archer e Andy Bell, após ver o documentário Golden, Silver & Sunshine, sentem-se finalmente como membros dos Oasis e influência deles junto de Liam tem sido muito boa.

Os Oasis usararam e abusaram de teclados e dos mais variados instrumentos, que em anos anteriores teriam ficado à porta do estúdio.

Vénia a Dave Sardy, fantástico produtor.

Oasis - Bag It Up




Oasis - The Turning



Oasis - I'm Outta Time





Façam um favor ao Rock'n'Roll e falem sobre este disco. Cada vez há menos bandas de guitarras.


Melhores Músicas: Ouçam todas menos "Nature Of Reality"

Myspace

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

1ª Mini-Crónica do Baú - Buraka Som Sistema


Um "case-study" em Portugal... E porquê?? Porque simplesmente não merecem o público que têm aqui... Merecem muito mais. O som deles, e quando penso no som não penso em kuduro mas sim em música é electrónica é no mínimo genial.

A sua música tem a precisão de uma cirugia cardio-vascular. Tentem ignorar as vozes quando os escutam e percebem que estão ali muitas horas de empenho, muitas horas de pesquisa e muitas horas à procura da "batida perfeita"...

E porque não merecem o público que têm?? Porque esse público quando os ouve só pensa "esta merda é boa pa dançar... havia de passar mais nas discotecas"

Mas os gajos merecem estar ao lado de James Murphy (LCD Soundsystem) e ter outro típico de público. Que tenha mais consideração pelo seu trabalho. Que compre realmente os seus discos. Podiam ser uma referência internacional. E não estou a exagerar....

Mas algo me diz que por enquanto "querem é que pessoal dance ao som deles..."

Eles já correram meio mundo e andam agora por Nova Iorque...

Algo também me diz que são ambiciosos e no fundo só não querem queimar etapas...






Myspace

domingo, 28 de setembro de 2008

5º Esconderijo - Glasvegas - Glasvegas


Descobertos pelo "guru" da britpop Alan McGee, esta é nova banda querida dos britãnicos. As letras das suas músicas descrevem situações do dia-a-dia (algo que neste momento ninguém faz tão bem como Alex Turner dos Arctic Monkeys), o que hoje em dia é meio caminho andado para caírem nas boas graças das rádios daquela ilha e no coração da classe trabalhadora.

São escoceses, de Glasgow (Glasgow...Glas...Glasvegas) e têm um bom disco. É um disco muito british, sendo evidente a presença de elementos musicais semelheantes a The Smiths, Suede e The Jesus and Mary Chain com um toque de requinte de rockabilly dos anos 50 e 60.

Mas qual a razão porque falo neles quando apenas gosto relativamente do seu álbum? Porque é necessário distinguir o hype do resto... Apesar de serem uma banda talentosa aproveitaram-se da actual situação inglesa para sobressaírem. É que é preciso ter um sentido de oportunidade muito "sui generis" para lançar um single "I'm Gonna Get Stabbed" numa altura em que esses crimes têm sido muito salientados pelos noticiários ingleses, visto ser um crime muito comum entre os adolescentes naquele país.

São de Glasgow... de Glasgow podem também ouvir The Jesus and Mary Chain, Franz Ferdinand, Mogwai, Primal Scream, Shitdisco e Teenage Fanclub... e com excepção dos Franz Ferdinand, nenhuma destas bandas teve a "sorte" de serem tão publicitados logo com o seu álbum de estreia da mesma forma que os Glasvegas.


Tirem as dúvidas com "Daddy's Gone"




e a melhor música do disco "Geraldine" (a "Go Square Go" também está empatada nessa posição)




A ouvir do disco: "Go Square Go", "Geraldine", "I'm Gonna Get Stabbed"

Género: Rock


Myspace

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

4º Esconderijo - Friendly Fires - Friendly Fires


O ano de 2008 é marcado pela estreia do álbum homónimo dos Friendly Fires, uma banda inglesa de St. Albans. Após dois em Ep's em 2006 e 2007, esta banda assinou um contrato com uma das maiores labels indie, a XL Recordings, à qual também pertencem os White Stripes e Badly Drawn Boy por exemplo.

Este álbum tem sido alvo dos maiores elogios, estando cotado como um dos melhores do ano de 2008. Os Friendly Fires apresentam uma sonoridade baseada na mistura da pop com um som bastante grave, ao bom estilo da música house e uma bateria com um ritmo circular, muito ao estilo dos lançamentos da label Kompakt. Para quem não sabe que música é esta da Kompakt, só tem que se dirigir ao Artes em Partes no Porto porque está sempre a tocar os últimos lançamentos. (label esta que irei abordar em breve)



O tema que lhes garantiu a legião de fãs foi este... "Paris"



E o tema que me garantiu como mais um fã foi "Jump In The Pool"



A ouvir do disco: "Jump in the Pool"; "Paris"; "White Diamonds" e "Skeleton Boy"

Género: Techno-Pop (existirá este género?)


Myspace

terça-feira, 16 de setembro de 2008

3º Esconderijo - Late Of The Pier - Fantasy Black Channel


De uma forma bastante simples...Não fossem os Cut/Copy surgir em 2008 e eu diria com toda a certeza que estávamos perante a melhor banda do ano. Os Late of the Pier formaram-se em 2004, quando os seus membros ainda teriam 16/17 anos na cidade de Castle Donington, alguns anos antes da falada new-rave, (que trata-se apenas de pop com sirenes mas isso é outra conversa)

A música desta banda é muito difícil de definir, uns chamariam new-rave, outros electro-rock e há quem lhe chame electro-indie... eu defino como um conjunto de estilos que acabaria por chamar indie-dance... simplesmente porque é impossível não bater o pézinho enquanto se houvem as suas músicas. Ao escutar Late of The Pier percebe-se a influência de Brian Eno, David Byrne, Frank Zappa e Gary Numan... é o que dizem. Eu ao escutá-los ouço Queen a ter umas alucinações de LSD juntamente com New Order e Depeche Mode. Opiniões bastante opostas que só demontram a feliz dificuldade de os catalogar. Pertencem à melhor editora do mundo, Parlophone, o que não é condizente com a sua imagem indie. Mas da maneira como isto anda, uma banda passa de indie a comercial mais rápido do que um estalar de dedos...

O disco deles já saiu e chama-se Fantasy Black Channel e é só procurar pelo youtube os seus vários singles para se ter uma amostra de como é o disco.

Ah... e os seus videoclips são do mais fantástico e mais bem feito que já vi até hoje...

Aqui fica uma mais dançável e chama-se "Heartbeat"



E aqui fica uma mais do róque e chama-se "Bathroom Gurgle"




A ouvir do disco: "Focker"; "Space and the Woods"; "Heartbeat"; "Bathroom Gurgle"

Género: Indie-dance


Myspace

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

2º Esconderijo - Benni Hemm Hemm - Benni Hemm Hemm


Não... não cometi um erro ao dar um título a este esconderijo. O nome da banda é mesmo Benni Hemm Hemm e o seu disco de estreia tem o mesmo nome... A música desta banda islandesa é bem mais simples do que pronunciar o seu nome, o que apenas pode ser um bom prenúncio.

Resumidamente (como serão todas as informações que darei, visto a descoberta ter que ser feita por nós próprios) esta banda lança este disco decorria o ano de 2006, ou seja, dois anos após o disco de estreia de Arcade Fire... E os Arcade Fire aparecem visto serem evidentes algumas sonoridades semelhantes que pasam pelo uso de trompete e flügelhorn, para além dos evidentes coros. Escutar a música Beygia Og Beygia e Doomed The Damned sem nos lembrar-mos dos canadianos é impossível.

Obviamente que não estamos a falar de uma "cópia". Esta banda tem uma identidade. Eles são uma banda pop. De uma forma ingénua, entrando em comparações, descreveria Benni Hemm Hemm como "uns Arcade Fire ou uns Architecture in Helsinki para ouvir no Verão, nos momentos felizes antes do pôr-do-sol"

Por se acharem uma banda pop, a música escolhida para se mostrarem foi "I Can Love You in a Wheelchair Baby", vídeo este que obteve algum sucesso em certos circuitos.





- A ouvir do disco: "I Can Love You in a Wheelchair Baby", "Doomed The Damned", "Summarn"

- Género: "Indie Pop"

Myspace

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

1º Esconderijo - Jeremy Jay - A Place Where We Could Go


Jeremy Jay é um jovem californiano que pensa que vive nos anos 50... E ainda bem.

Após dois EP's, Dreamwalker e Airwalker, sem editora, a música de Jeremy chegou aos ouvidos da K Records, que tanto aposta na nova música folk americana, a qual ainda tem Ryan Adams como expoente máximo tanto a nível comercial como qualitativo.

Na primavera de 2008 é lançado o seu primeiro álbum, A Place Where We Could Go, que tem recebido boas e más críticas de revistas especializadas com uma proporção semelhante.

Deixo-vos com a música escolhida (por ele ou pela editora) para servir de amostra ao disco, mas que na minha opinião não se encontra nas cinco melhores do disco. Aqui está Someone Cares



- A ouvir do disco: "heavenly creatures"; "a place where we could go"; "beautiful rebel"

- Género: "Indie Folk"


Myspace

Post Inaugural

Com o primeiro post quero explicar algumas coisas...

A primeira é que este blog é feito por mim e para mim. É uma ocupação como outra qualquer que apenas permite que o seu autor "descarregue" em algum lado o pouco que conhece sobre o tema que já irei referir. Quem quiser visitar está autorizado.

A segunda é que este blog centra-se unicamente na sucessão de sons e silêncio a que alguns chamam música.

A terceira é que este blog pretende mostrar boa música. Só têm que confiar em mim (rir agora!).

A quarta é que vão ouvir música que não está ao alcance das pessoas apenas atentas às nossas rádios, aos novos toques de telemóvel ou atentas ao vizinho idiota que houve o dia todo o disco da sua claque de futebol favorita.

A quinta é que ainda não decidi a frequência com que o blog será actualizado. Mas terá uma relação directa com a frequência de insónias.

Desejo que aproveitem tanto este blog quanto eu apesar de adivinhar o número de visitas que terei.

Cumprimentos